Selfixe

As selfies são tão fixes… mas tão fixes! Isto claro, depois daquele momento dos Oscares. Porque nos dias anteriores, era normal ouvir/ler alguém a critar a coisa e a maldizê-la. Mas o mundo é feito destas incoerências: uma coisa é boa ou má até alguém mostrar o contrário.

As selfies são a representação do nosso narcisismo, que já dispensa o espelho, no qual eramos os únicos espectadores. Agora o nosso espelho é público, o que permite que o narcisimo seja elevado a tendência a seguir.

“Olha para mim”, “Vê como sou feliz”, “como sou engraçado, dinâmico, tontinho”. É o hino ao Eu, sempre que interessa mostrar que estamos de bem com a vida. Ainda não vi selfies de pessoas deprimidas ou suicidas.

O lado positivo: mostra que a alegria existe no mundo (ainda que centrada muito no Eu); lado negativo: não mostra o lado negativo da vida, parecendo que tudo é lindo e perfeito.

Nos Oscares também se abordaram temas políticos, como a crise na Ucrânia por exemplo, altura em que na Russia a emissão foi cortada. Mas como a Ucrânia e a revolução popular não é centrada no Eu, mas no Nós, não ganhou o peso que as selfies recuperaram na opinião pública.

Reflexo de … perdão: Selfie de uma sociedade, em que o que importa somos nós, a imagem que projetamos e como gostamos de ser vistos. Mas cada pessoa é mais do que o reflexo do seu corpo, é a soma de crenças, valores, atitudes, ideologias… enfim, coisas que para ver, é preciso observar.